A mineração de ferro não produz só bilhões de dólares e “progresso”: ela está repleta de perigos, mortes e destruição socioambiental. Trabalhadores morrem e adoecem. Como as tragédias nas barragens de Minas Gerais podem ser compreendidas pela saúde coletiva e quais desafios ela implica? É o que aborda um artigo do pesquisador da ENSP, Marcelo Firpo de Souza Porto.
O artigo A tragédia da mineração e do desenvolvimento no Brasil: desafios para a saúde coletiva, publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, em fevereiro de 2016; alerta que a mineração de ferro acarreta desmatamento de grandes áreas; caminhões e trens circulam atropelando pessoas e animais; as usinas de beneficiamento geram poluição atmosférica; aquíferos formados em regiões ferríferas são contaminados e destruídos; em tempos de crise hídrica a água consumida é enorme, inclusive pelos minerodutos; a quantidade de rejeitos é gigantesca e acumulada em barragens; e o rompimento delas com lamas com diferentes graus de toxicidade podem se transformar em grandes tragédias.
Firpo lembra que, em Minas Gerais, os acidentes graves com barragens vêm se repetindo com frequência: 2001, 2003, 2007, 2008, 2014, 2015 (e agora, 2019, em Brumadinho) com mortes e destruição ambiental. Segundo ele, o mais importante é compreender o desastre com base na determinação social da saúde com um enfoque socioambiental crítico que relacione as iniquidades em saúde com os processos de desenvolvimento econômico, suas contradições, conflitos e injustiças ambientais. “Essa perspectiva permite o diálogo da saúde coletiva com outros campos relevantes frente à atual crise socioambiental, como a ecologia política e a economia ecológica, numa aproximação entre abordagens transdisciplinares, estruturalistas e construtivistas que colocam a promoção da saúde em articulação com lutas emancipatórias por direitos humanos, sociais e territoriais, bem como por outras economias e sociedades mais solidárias, justas e ambientalmente mais sustentáveis.”
Para ler esse artigo completo, acesse o Portal de Periódicos Fiocruz.
Fonte: Informe ENSP
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