quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Estudo revela como o estigma e a discriminação impactam pessoas vivendo com HIV e AIDS no Brasil



A maioria das pessoas que vivem com HIV e das pessoas que vivem com AIDS no Brasil já passou por pelo menos alguma situação de discriminação ao longo de suas vidas. É o que indica um estudo feito com 1.784 pessoas, em sete capitais brasileiras, entre abril e agosto de 2019. Os dados fazem parte do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS – Brasil, realizado pela primeira vez no país.

De acordo com a pesquisa, 64,1% das pessoas entrevistadas já́ sofreram alguma forma de estigma ou discriminação pelo fato de viverem com HIV ou com AIDS. Comentários discriminatórios ou especulativos já afetaram 46,3% delas, enquanto 41% do grupo diz ter sido alvo de comentários feitos por membros da própria família. O levantamento também evidencia que muitas destas pessoas já passaram por outras situações de discriminação, incluindo assédio verbal (25,3%), perda de fonte de renda ou emprego (19,6%) e até mesmo agressões físicas (6,0%).

O Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS, disponível para download, é uma ferramenta para detectar e medir a mudança de tendências em relação ao estigma e à discriminação relacionados ao HIV, a partir da perspectiva das pessoas vivendo com HIV e com AIDS. Esta versão brasileira foi executada em sete capitais: Manaus (AM), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Recife (PE), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), com 1.784 pessoas, entre abril e agosto de 2019.

Esta metodologia global já foi aplicada em mais de 100 países e contou com a participação de mais de 100 mil pessoas nesta década de existência. Em 2018, ele foi atualizado e fortalecido pelo projeto Índice de Estigma 2.0, que reflete mudanças na epidemia de HIV e na resposta global.



A iniciativa brasileira para a realização deste estudo inédito no país, tornou-se possível graças a uma parceria entre diversas organizações e instituições: Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+);  Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP);  Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS (RNAJVHA);  Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/AIDS (RNTTHP);  ONG Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero;  Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no Brasil;  Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil;  e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Acesse o relatório aqui.


Fonte: Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS Brasil), acesso em 10/02/2020

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