“Sem chão”. Esse foi o primeiro sentimento que a servidora pública, Osmarina Gomes, de 55 anos, e sua família tiveram após ser diagnosticada com câncer de mama, em 2001. Mas, após receber o apoio da família e realizar todo o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), hoje é uma das sobreviventes do câncer. Casos semelhantes ao de Osmarina foram o objeto da pesquisa “Compreendendo a Sobrevivência ao Câncer na América Latina: os casos do Brasil”, divulgada pelo Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), na sede do INCA, no Rio de Janeiro, durante cerimônia em alusão ao Dia Mundial do Câncer.
Com o crescimento do número de casos novos e as atuais taxas de sobrevida para o câncer no Brasil, o número de pessoas que sobrevive à doença tem aumentado significativamente, tornando o acompanhamento desse grupo um grande desafio para a rede de saúde. Desta forma, o estudo apresentado tem uma abordagem qualitativa e aprofundou temas ligados à sobrevivência em entrevistas com pacientes e familiares.
De acordo com a diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática, do Ministério da Saúde, Maria Inez Gadelha, o levantamento é importante para identificar que a população é a principal aliada na prevenção da doença. “O controle do câncer exige muito mais que acesso, organização de serviço, diagnóstico e tratamento. Ele exige uma população atenta, consciente de que ela tem o maior ativo nesse controle. Se nós adotarmos hábitos saudáveis de vida, combater o sedentarismo e o tabagismo, poderíamos evitar cerca de 70 mil mortes por câncer”, pontuou dra. Maria Inez Gadelha.
A pesquisa “Compreendendo a Sobrevivência ao Câncer na América Latina” se baseou em três vertentes: consequências físicas, emocionais e socioeconômicas do tratamento; mudanças no estilo de vida; e atendimento pela rede de atenção oncológica pública e privada. Entre alguns dos resultados, foi apontada a importância de se ter suporte emocional não só para os pacientes como também para os familiares, que também sofrem no processo. Outra constatação foi que a doença estreitou laços afetivos e atraiu a manifestação de apoio e solidariedade vindos de grupos familiares, religiosos, colegas de trabalho e também dos profissionais de saúde.
A pesquisa trouxe o relato dos pacientes e de familiares que apontaram a necessidade de alterações nas atividades do dia a dia, após o tratamento da doença. Eles citam, por exemplo, o retorno às atividades laborais, alguns agora com restrições físicas e emocionais importantes. Ainda nos relatos, os familiares, em função do cuidado intensivo que alguns indivíduos com câncer passam a demandar, destacaram a necessidade de adaptar horários de trabalho e lazer.
Fonte: Ministério da Saúde
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