quinta-feira, 11 de outubro de 2018


A Radis de outubro fala sobre o sucídio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estigma em relação ao tema impede a procura de ajuda, que pode evitar mortes. Entre as recomendações estão não atribuir culpas, não informar detalhes específicos sobre métodos, não usar estereótipos religiosos ou culturais e não fornecer explicações simplistas.

A matéria de capa da Radis, do repórter Luiz Felipe Stevanim, esclarece que o assunto já foi considerado um “interdito” nos jornais: quando a causa da morte era o suicídio, em geral recomendava-se omitir a informação. Porém, desde 2000, a OMS oferece um manual de orientações para os profissionais da mídia sobre como abordar o tema. Segundo a organização, a abordagem de forma apropriada e cuidadosa pode prevenir outras mortes. Uma das preocupações é com o chamado efeito de imitação, em que um suicídio pode servir de estímulo para outros.

O repórter também ouviu psicólogos, psicoterapeutas, psiquiatras e pesquisadores sobre a questão. O suicídio deve ser encarado como questão de saúde pública, defende Carlos Felipe d’Oliveira, médico psicoterapeuta que trabalha há mais de 20 anos com o assunto. Carlos ressalta que é preciso romper com uma visão simplista sobre o fenômeno e lembra que ele é determinado por múltiplas causas. “O suicídio depende da interação de um conjunto de fatores de risco e de proteção. Nós estamos lidando com um fenômeno complexo que tem ações previsíveis e ao acaso também”, explica. Segundo ele, é uma questão que fala do sofrimento humano.

Para Mariana Bteshe, psicóloga e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a morte pelo suicídio é um ato violento que causa comoção e toca as pessoas. “O suicídio traz muitas interrogações sobre a vida e a existência humana. Faz você questionar seus valores, o modo como você lida com as pessoas, se você presta atenção quando alguém está triste e some da sua vida”, analisa.


FonteInforme Ensp

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